62  Ações de grupos e o Teorema de Órbita-Estabilizador

62.1 Ações de grupos

Definição 62.1 Seja \(G\) um grupo e \(\Omega\) um conjunto. Dizemos que \(G\) age em \(\Omega\) se está dada uma função \[ \Omega\times G\to \Omega,\quad (\omega,g)\mapsto \omega g \] com as seguintes propriedades:

  • \(\alpha 1=\alpha\) para todo \(\alpha\in\Omega\);
  • \(\alpha(gh)=(\alpha g)h\) para todo \(\alpha\in \Omega\), \(g,h\in G\).

Se \(\alpha\in\Omega\), o elemento \(\alpha g\) é dito imagem de \(\alpha\) por \(g\).

Exemplo 62.1 Os exemplos apresentamos ações importantes de grupos. O leitor deve verificar que cada item define uma ação.

  1. Seja \(G\leq\mbox{Sym}(\Omega)\). Neste caso \(G\) é dito um grupo de permutação sobre \(\Omega\). O grupo  \(G\) age naturalmente em \(\Omega\).
  2. Seja \(G=D_4\) e \(\Omega\) o conjunto das quatro pontas no quadrado. O grupo \(G\) age em \(\Omega\) naturalmente.
  3. Seja \(G\leq \GL n\F\) e \(\Omega=\F^n\). O grupo \(G\) age em \(\Omega\) pela ação \((v,g)\mapsto vg\) para todo \(v\in \F^n\) e \(g\in G\).
  4. Seja \(G\leq \GL n\F\) e seja \(\Omega=\{\left<v\right>\mid v\in \F^n\setminus\{0\}\}\). O conjunto \(\Omega\) é chamado de espaço projetivo. O grupo \(G\) age em \(\Omega\) e a ação é \((\left<v\right>,g)\mapsto \left<vg\right>\) para todo \(v\in \F^n\) e \(g\in G\).
  5. Seja \(G\) um grupo arbitrário e seja \(\Omega=G\). O grupo \(G\) age em \(\Omega\) pela ação \((x,g)\mapsto xg\) para todo \(x\in \Omega\) e \(g\in G\).
  6. Sejam \(G\) um grupo \(H\leq G\) e \(\Omega=\{Hg\mid g\in G\}\). O grupo \(G\) age em \(\Omega\) e a ação é \((Hx,g)\mapsto Hxg\) para todo \(Hx\in\Omega\) e \(g\in G\).
  7. Seja \(G\) um grupo e ponha \(\Omega=G\). Então \(G\) age em \(\Omega\) pela ação de conjugação: \((x,g)\mapsto x^g=g^{-1}xg\).

Lema 62.1 Assuma que \(G\) age em \(\Omega\). Para \(g\in G\), o mapa \(\pi_g:\alpha\mapsto \alpha g\) é uma permutação de \(\Omega\); ou seja, \(\pi_g\in\sym\Omega\). Além disso, o mapa \(G\to \sym\Omega\), \(g\mapsto \pi_g\) é um homomorfismo. Reciprocamante, se \(\psi:G\to \sym\Omega\) é um homomorfismo, então o mapa \(\Omega\times G\to \Omega\), \((\alpha,g)\mapsto \alpha (g\psi)\) é uma ação de \(G\) em \(\Omega\).

Comprovação. Exercício.

62.2 O Teorema de Cayley

Considere o item 5. no Exemplo 62.1. Ou seja, \(G\) age no conjunto \(G\) por multiplicação \((x,g)\mapsto xg\) (essa ação de \(G\) em \(G\) é chamada de ação regular à direita de \(G\)). Pelo Lema 62.1, obtemos um homomorfismo \(\psi:G\to\sym G\). Este homomorfismo é injetivo, pois se \(g\in\ker\psi\), então \(\psi(g)=\mbox{id}_G\) e \(xg=x\psi(g)=x\) para todo \(x\in G\) que implica que \(g=1\). Logo \(\ker\psi=1\) e \(\psi\) é injetivo. Portanto \[ G\cong\mbox{Im}(\psi)\leq \sym G. \] Ou seja, \(G\) é isomorfo a um grupo de permutação sobre o conjunto \(G\).

Assim obtemos o famoso Teorema de Cayley.

Arthur Cayley (1821-1895).

Teorema 62.1 (O Teorema de Cayley) Todo grupo isomorfo a um grupo de permutação.

62.3 Órbitas e transitividade

Definição 62.2 Assuma que \(G\) age em \(\Omega\). Defina a seguinte relação \(\equiv\) sobre \(\Omega\). Se \(\alpha,\beta\in\Omega\) então \(\alpha\equiv\beta\) se existe \(g\in G\) tal que \(\alpha g=\beta\).

Exercício 62.1 A relação \(\equiv\) é uma equivalência.

As classes de equivalência da relação \(\equiv\) são chamadas de órbitas. Se \(\alpha\in\Omega\), então por definição, a órbita que contém \(\alpha\) é o conjunto \[\begin{eqnarray*} \alpha G&:=&\{\beta\in\Omega\mid \alpha\equiv \beta\}\\&=& \{\beta\in\Omega\mid \beta=\alpha g\mbox{ com algum $g\in G$}\}\\&=& \{\alpha g\mid g\in G\}. \end{eqnarray*}\]

Se \(G\) age em \(\Omega\), então as órbitas de \(G\) em \(\Omega\) formam uma partição de \(\Omega\).

Exemplo 62.2 Assuma que \(G=\GL n\F\) e considere a ação de \(G\) em \(\Omega=\F^n\). Então \(G\) tem duas órbitas em \(\Omega\); nomeadamente, \(\{0\}\) e \(\Omega\setminus\{0\}\).

Definição 62.3 O grupo \(G\)  é dito transitivo em \(\Omega\) se \(\Omega\) é uma órbita de \(G\). Equivalentemente, \(G\) é transitivo em \(\Omega\), se para todo \(\alpha,\beta\in\Omega\), existe \(g\in G\) tal que \(\alpha g=\beta\).

Exemplo 62.3 Seja \(G=\GL n\F\) e considere a ação de \(G\) sobe o espaço projetivo \(\{\left<v\right>\mid v\in \F^n\setminus\{0\}\}\). O grupo \(G\) é transitivo sobre \(\Omega\).

62.4 O estabilizador

Definição 62.4 Dado \(\alpha\in\Omega\), definimos o estabilizador de \(\alpha\) em \(G\) como \[ G_\alpha=\{g\in G\mid \alpha g=\alpha\}. \]

Exercício 62.2 \(G_\alpha\) é um subgrupo de \(G\).

Exemplo 62.4 Considere a ação de \(G=\GL n \F\) sobre \(\Omega=\{\left<v\right>\mid v\in\F^n\setminus\{0\}\}\). Seja \(\alpha=\left<(1,0,\ldots,0)\right>\). Então o estabilizador \(G_\alpha\) é o subgrupo de matrizes na forma \[ \begin{pmatrix} a & \underline 0\\ \underline u & B\end{pmatrix} \] onde \(a\in\F\setminus\{0\}\), \(\underline 0\in\F^{n-1}\) é o vetor nulo, \(\underline u\in\F^{n-1}\) e \(B\) é uma matriz \((n-1)\times(n-1)\) invertivel.

62.5 O Teorema Órbita-Estabilizador

Assuma que \(\Omega\), \(G\), e \(\alpha\in\Omega\) são como acima. Para \(\beta\in \alpha G\), considere o conjunto \[ G_{\alpha\to\beta}=\{g\in G\mid \alpha g=\beta\}. \]

Observações. 

  • \(G_{\alpha\to\alpha}=G_{\alpha}\) é um subgrupo de \(G\).
  • Como \(\beta\in \alpha G\), o conjunto \(G_{\alpha\to\beta}\neq\emptyset\).
  • Seja \(g\in G_{\alpha\to\beta}\) e \(h\in G_\alpha\). Então \[ \alpha(hg)=(\alpha h)g=\alpha g=\beta. \] Ou seja, \(hg\in G_{\alpha\to \beta}\). Isto quer dizer que a classe lateral \(G_\alpha g\) está contido em \(G_{\alpha\to\beta}\).
  • Seja \(x\) um outro elemento de \(G_{\alpha\to\beta}\). Então \[ \alpha (xg^{-1})=(\alpha x)g^{-1}=\beta g^{-1}=\alpha. \] Ou seja \(xg^{-1}\in G_\alpha\), ou seja \(x\in G_\alpha g\). Isto implica que \(G_{\alpha\to\beta}\subseteq G_\alpha g\).

As duas observações anteriores implicam que \(G_{\alpha\to\beta}=G_{\alpha}g\) onde \(g\in G\) tal que \(\alpha g=\beta\).  Ou seja, o conjunto \(G_{\alpha\to\beta}\) é uma classe lateral de \(G_\alpha\). Em particular, esta correspondência dá uma aplicação \[ \varphi:\alpha G\to \{G_\alpha g\mid g\in G\},\quad \beta\mapsto G_\alpha g \quad\mbox{com}\quad g\in G_{\alpha\to\beta}. \]

Teorema 62.2 (Teorema Órbita-Estabilizador V1) Usando a notação introduzida acima, a aplicação \(\varphi:\alpha G\to \{G_\alpha g\mid g\in G\}\) está bem definida e ela é uma bijeção entre \(\alpha G\) e \(\{G_\alpha g\mid g\in G\}\).

Comprovação. Boa definição: Assuma que \(g_1,g_2\in G\) tais que \(\alpha g_1=\alpha g_2=\beta\). Então \(g_1g_2^{-1}\in G_\alpha\) e isto implica que \(G_\alpha g_1=G_\alpha g_2\). Logo, a aplicação \(\varphi\) está bem definida.

Sobrejetiva: Se \(G_\alpha g\) é uma classe lateral de \(G_\alpha\), então \(G_\alpha g=\varphi(\alpha g)\).

Injetiva: Assuma que \(\beta_1,\beta_2\in \Omega\) tais que \(\varphi(\beta_1)=\varphi(\beta_2)\). Então existem \(g_1,g_2\in G\) tais que \(\beta_1=\alpha g_1\) e \(\beta_2=\alpha g_2\). Mas pela definição de \(\varphi\), \[ G_\alpha g_1=\varphi(\alpha g_1)=\varphi(\beta_1)=\varphi(\beta_2)=\varphi(\alpha g_2)=G_\alpha g_2. \] Ou seja, \(g_1g_2^{-1}\in G_\alpha\). Mas isto implica que \(\alpha g_1g_2^{-1}=\alpha\) e que \(\beta_1=\alpha g_1=\alpha g_2=\beta_2\). Portanto o mapa \(\varphi\) é injetivo.

Corolário 62.1 (Teorema Órbita-Estabilizador V2) Assuma que um grupo finito \(G\) age transitivamente em um conjunto \(\Omega\) e seja \(\alpha\in\Omega\). Então \(|G|=|G_\alpha||\Omega|\). Em particular \(|\Omega|\) é um divisor de \(|G|\).

62.6 Aplicações do Teorema Órbita-Estabilizador

Nos seguintes exemplos apresentaremos duas aplicações importantes

Exemplo 62.5 (O centralizador) Observamos no Exemplo 62.1 que a conjugação é uma ação de \(G\) sobre \(G\). Mais precisamente, considere a ação \[ G\times G\to G,\quad (x,g)\mapsto x^g=g^{-1}xg. \] A órbita de \(x\in G\) é o conjunto \[ \{x^g\mid g\in G\}=\{g^{-1}xg\mid g\in G\}. \] Este conjunto chama-se a classe de conjugação de \(x\) em \(G\) e será denotado por \(x^G\). Se \(G\neq 1\), então esta ação é intransitiva, pois \(\{1\}\) é uma órbita. O estabilizador de \(x\) por esta ação é o subgrupo \[ G_x=\{g\in G\mid g^{-1}xg=x\}=\{g\in G\mid xg=gx\}. \] Ou seja, o estabilizador \(G_x\) de \(x\) é o conjunto de elementos de \(G\) que comutam com \(x\). Este conjunto chama-se o centralizador de \(x\) em \(G\) e é denotado por \(C_G(x)\).

Se \(G\) for um grupo finito e \(x\in G\), então o Teorema Órbita-Estabilizador implica que \[ |x^G|=|G|/|C_G(x)|. \]

Exemplo 62.6 (Normalizador) Considere um grupo \(G\) e considere \(\mathcal H\) o conjunto dos subgrupos de \(G\). Então \(G\) age em \(\mathcal H\) por conjugação na seguinte forma: \[ (H,g)\mapsto H^g=g^{-1}Hg. \] É fácil verificar que \(H^g\leq G\) sempre que \(H\leq H\) e \(g\in G\). Ora, a órbita de \(H\in\mathcal H\) é o conjunto \[ H^G=\{H^g\mid g\in G\} \] que chama-se a classe de conjugação do subgrupo \(H\) em \(G\). O estabilizador de \(H\) em \(G\) é o subgrupo \[ \{g\in G\mid H^g=H\}=\{g\in G\mid g^{-1}Hg=H\}. \] Este subgrupo chama-se normalizador de \(H\) em \(G\) e está denotado por \(N_G(H)\). O normalizador pode ser visto como o maior subgrupo \(N\) de \(G\) tal que \(H\) é normal em \(N\).

Se \(G\) for finito e \(H\leq G\), o Teorema Órbita-Estabilizador nos diz que \[ |H^G|=|G|/|N_G(H)|. \]

62.7 Blocos

Definição 62.5 Assuma que \(G\) age transitivamente em \(\Omega\). Um conjunto \(\Delta\subseteq \Omega\) é dito bloco se \(\Delta g=\Delta\) ou \(\Delta g\cap\Delta=\emptyset\) para todo \(g\in G\).  Uma partição \(\mathcal P\) de \(\Omega\) é dito \(G\)-invariante se \(\Delta g\in \mathcal P\) para todo \(\Delta\in \mathcal P\).

Lema 62.2 Assuma que \(G\) age em \(\Omega\) transitivamente. As seguintes são verdadeiras.

  • Se \(\Delta\) é um bloco então \(\mathcal P=\{\Delta g\mid g\in G\}\) é uma partição \(G\)-invariante de \(\Omega\).
  • Se \(\mathcal P\) é uma partição \(G\) invariante de \(\Omega\) e \(\Delta\in\mathcal P\), então \(\Delta\) é um bloco.
  • Seja \(\omega\in\Omega\) fixo. O mapa \(\Delta\mapsto \{\Delta g\mid g\in G\}\) é uma bijeção entre o conjunto de blocos \(\Delta\) tal que \(\omega\in\Delta\) e o conjunto de partições \(G\)-invariantes de \(G\).

Comprovação. Exercício.

Definição 62.6 Se \(G\) age em \(\Omega\) transitivamente e \(\omega\in\Omega\), então \(\{\omega\}\) e \(\Omega\) são blocos. Similarmente \(\{\{\omega\}\mid\omega\in\Omega\}\) e \(\{\Omega\}\) são partições \(G\)-invariantes. Um grupo transitivo é dito primitivo se estes são os únicos blocos. No caso contrario o grupo e chamado de imprimitivo.

62.8 Grupos primitivos

Assuma que \(G\) age transitivamente em \(\Omega\) e seja \(\omega\in\Omega\) fixo. Se \(\Delta\) é um bloco tal que \(\omega\in\Delta\), então denota por \(G_\Delta\) o estabilizador de \(\Delta\) em \(G\). Se \(H\leq G\) tal que \(G_\omega\leq H\), então denote por \(\omega H\) a \(H\)-órbita que contém \(\omega\).

Teorema 62.3 As seguintes são verdadeiras.

  • Se \(\Delta\) é um bloco tal que \(\omega\in\Delta\), então \(G_\omega \leq G_\Delta\leq G\).
  • Se \(H\) é um subgrupo de \(G\) tal que \(G_\omega\leq H\), então \(\Delta=\omega H\) é um bloco tal que \(\omega\in\Delta\).
  • Se \(\Delta\) é um bloco tal que \(\omega\in\Delta\), então \(\omega G_\Delta=\Delta\). Se \(H\leq G\) tal que \(G_\omega\leq H\), então \(G_{\omega H}=H\). Em particular os mapas \(\Delta\mapsto G_\Delta\) e \(H\mapsto \omega H\) são bijeções entre o conjunto de blocos \(\Delta\) tal que \(\omega\in\Delta\) e o conjunto de subgrupos \(H\) tal que \(G_\omega\leq H\).

Comprovação.

  1. Claramente, \(G_\Delta\leq G\). Seja \(g\in G_\omega\). Então \(\omega\in \Delta\cap \Delta g\), e assim \(\Delta g=\Delta\). Logo \(G_\omega\leq G_\Delta\).

  2. Sejam  \(\Delta=\omega H\), \(g\in G\) e \(\alpha\in\Omega\) tais que \(\alpha \in \Delta\cap \Delta g=\omega H\cap \omega Hg\). Então existem \(h_1,h_2\in H\) tais que \(\alpha=\omega h_1=\omega h_2g\). Portanto, \(\omega h_2gh_1^{-1}=\omega\), e \(h_2gh_1^{-1}\in G_\omega\). Como \(h_1,h_2\in H\geq G_\omega\), obtemos que \(g\in H\) que implica que \(\Delta g=\omega Hg=\omega H=\Delta\).

  3. Seja \(\Delta\) um bloco tal que \(\omega\in \Delta\) e seja \(H=G_\Delta\). Afirmamos que \(\omega H=\Delta\). Se \(h\in H\), então \(\omega h\in \Delta\) pela definição de \(H\). Portanto \(\omega H\subseteq \Delta\). Se \(\delta\in\Delta\), então existe um \(g\in G\) tal que \(\omega g=\delta\). Neste caso, \(\delta=\omega g\in \Delta\cap \Delta g\) que implica que \(g\in G_\Delta\). Logo \(\delta\in \omega H\).  Logo \(\Delta\subseteq \omega H\) e obtemos a igualdade \(\Delta= \omega H\). Seja agora \(H\leq G\) tal que \(G_\omega\leq H\) e seja \(\Delta=\omega H\). Afirmamos que \(H=G_\Delta\). Se \(h\in H\) e \(\delta\in \Delta\), então \(\delta h=\omega gh\in\Delta\) com \(g\in H\). Portanto \(H\subseteq G_\Delta\). Se \(g\in G_\Delta\), então \(\omega g\in\Delta\) e \(\omega g=\omega h\) com \(h\in H\). Logo \(\omega gh^{-1}=\omega\) e \(gh^{-1}\in G_\omega\). Como \(G_\omega\leq H\), tem-se que \(gh^{-1}\in H\) e \(g\in H\). Portanto \(G_\Delta\leq H\) e \(G_\Delta=H\).

Exercício 62.3 Assuma que \(G\) age em \(\Omega\) transitivamente, seja \(\alpha\in\Omega\) e seja \(H\leq G\). Então \(H\) é transitivo se e somente se \(G_\alpha H=G\).

Corolário 62.2 Seja \(G\) um grupo transitivo agindo em \(\Omega\) e seja \(\omega\in\Omega\). Então \(G\) é primitivo se e somente se \(G_\omega\) é um subgrupo maximal.

Definição 62.7 Um grupo \(G\) agindo em \(\Omega\) é dito 2-transitivo se  para todo \(\alpha,\beta,\gamma,\delta\in\Omega\) com \(\alpha\neq \beta\) e \(\gamma\neq \delta\) existe \(g\in G\) tal que \(\alpha g=\gamma\) e \(\beta g=\delta\).

Exercício 62.4 Demonstre que um grupo 2-transitivo é primitivo. Demonstre que \(S_n\), \(A_n\), \(\operatorname{PSL}(n,q)\). \(\operatorname{PGL}(n,q)\) são 2-transitivos e portanto primitivos.