$$
\begin{pmatrix} 1/2 & \sqrt{3}/2\\ \sqrt{3}/2 & -1/2 \end{pmatrix}.
$$
Ou seja, esta é uma matriz complicada. Por outro lado, se usarmos a base que contém o eixo da reflexão e uma outro vetor perpendicular ao eixo, temos que a matriz da transformação fica na forma
$$
\begin{pmatrix} 1 & 0\\ 0 & -1 \end{pmatrix}.
$$
Escolhendo os vetores na maneira “certa”, a matriz da transformação fica bem mais simples. Nesta parte da disciplina nós vamos estudar
- como escolher a base de um espaço vetorial para que a matriz de um endomorfismo seja a mais simples possível;
- até qual ponto pode a matriz de uma endomorfismo ser simplificada.
$$
V_\lambda=\{v\in V\mid f(v)=\lambda v\}.
$$
$$
V_{\lambda_1}+\cdots+V_{\lambda_k}=V_{\lambda_1}\oplus\cdots\oplus V_{\lambda_k}.
$$
O espaço $V_\lambda$ é chamado de autoespaço do endomorfismo $f$ associado com $\lambda$. Temos que $\lambda$ é autovalor de $f$ se e somente se $V_\lambda\neq 0$.
- No primeiro exemplo desta página, o eixo da reflexão é um autovetor com autovalor $1$ enquanto um vetor perpendicular ao eixo é autovetor com autovalor $-1$.
- Se $f:C^\infty(\R)$ é a derivação, então a função $x\mapsto \exp(\lambda x)$ é autovetor com autovalor $\lambda$.
- Se $f:V\to V$ é um endomorfismo, então $V_0=\ker f$.
O endomorfismo no primeiro exemplo é diagonalizável.
- Então $V_\lambda=\ker(\lambda\cdot \mbox{id}_V-f)$.
- Assumindo que $\dim V$ é finita, $\lambda$ é autovalor de $f$ se e somente se $\det(\lambda\cdot \mbox{id}_V-f)=0$.
2. $\lambda$ é autovalor de $f$ se e somente se $V_\lambda\neq 0$ que equivale à afirmação $\ker(\lambda\mbox{id}_V-f)\neq 0$; ou seja $\lambda\mbox{id}_V-f$ não é invertível. Neste caso $\det(\lambda\mbox{id}_V-f)=0$.
$$
\begin{pmatrix} 1 & 1 \\ 0 & 1 \end{pmatrix}
$$
Se $\lambda\in\F$, então $\lambda$ é autovalor de $f$ se e somente se
$$
0=\det\begin{pmatrix} \lambda-1 & -1 \\ 0 & \lambda-1 \end{pmatrix}=(\lambda-1)^2.
$$
Obtemos que $\det(\lambda\mbox{id}_V-f)=0$ apenas para $\lambda=1$. Então o único autovalor de $f$ é $\lambda=1$. Neste caso, o autoespaço $V_1$ coincide com o núcleo da matriz
$$
\begin{pmatrix} 0 & -1 \\ 0 & 0 \end{pmatrix}
$$
que é $\langle(1,0)\rangle$. Obtemos que os autovetores de $f$ são os múltiplos de $(1,0)$, então não existe base de $V$ tal que a matriz desta transformação seja diagonalizável. Ou seja, $f$ não é diagonalizável.
Note que precisamos escolher uma base para calcular o polinômio caraterístico, mas o resultado será independente da escolha da base.
O polinômio caraterístico é um polinômio mônico de grau $n=\dim V$:
$$
\mbox{pcar}_f(t)=t^n+\alpha_{n-1}t^{n-1}+\cdots+\alpha_1t+\alpha_0\in\F[t].
$$
- O conjunto dos autovalores de $f:V\to V$ é igual ao conjunto das raízes do seu polinômio caraterístico.
- $f$ possui no máximo $n$ autovalores distintos.
- Se $\F=\C$, então $f$ possui pelo menos um autovalor.